HOMEM É ENCONTRADO MORTO NA LAGOA

domingo, 11 de julho de 2010

HOMEM É ENCONTRADO MORTO NA LAGOA

COLUNA  K. HOLMES.

 Sou jornalista investigativo, consciente e coloco aqui notas e notícias importantes e indispensáveis a quem quer estar bem informado.

E onde estiver a literatura e a cultura lá eu estarei para valorizar.

Fiquem comigo, não saiam desse canal, desse blog. 

Mesmo porque o resto é Brasil Urgente e Sônia Abrão acompanhando a festa de aniversário dos filhos da Simony e sobre o novo casamento da Gretchen e isso ninguém merece! 

Meu amigo e minha amiga aqui do Direto da Esquina, o caso de hoje é muito triste e complicado e fala da morte de um homem.

Não sei a idade dele, mas sei o primeiro nome, seu apelido, seu trabalho e onde ele mora.

A redação não me deu o nome completo dele, aliás não me dão porra nenhuma. Estamos usando o papel higiênico dos dois lados aqui nessa merda. Os caras lavam o coador de café, aqueles de papel, por mais ou menos três vezes, isso quando não usam o mesmo pó de café, duas vezes…

Já começaram a tentar me calar aqui. É uma perseguição aqui dentro. O Canalha Generoso fala o que quer lá na coluna dele e ninguém fala nada… Agora comigo é assim. Ou tô errado no que eu tô falando? Me ajuda aí, ô! E não venham me falar que eu tô imitando meu primo, porque se eu fosse imitar o cara, eu já estaria na televisão. Porra! O texto é meu, eu não preciso de ninguém para me ensinar a falar merda. Merda por merda eu mesmo escrevo e falo.

Bem, mas voltando ao caso de hoje. O homem se chama João e era feirante. Quer dizer, o cara trabalhava na feira, era um carregador de feira livre, ou seja, era um batalhador. Acordava cedo pra caralho, quero dizer, pra caramba… Ah! Quatro horas da manhã é cedo pra caralho mesmo e foda-se.

O pessoal aqui da redação do blog fica dizendo que falo muito palavrão, porra! Mas eu tenho ou não a liberdade de escrever essa porra?

Continuando: o cara morava na favela, num barraco que era até grande, mas nem número tinha.

Carregava na feira livre.

Eu já disse isso mas quero repetir e daí, sai do meu pé! Essa secretária é gostosa mas é uma chata! Desculpe, Marisabel. Marisabel é minha digníssima esposa. A secretária chama-se Zelaya. Isso mesmo o mesmo nome do ex-presidente de Honduras, aquele com a cara do Ratinho só que era metido a cowboy e ficou acampado no Consulado Brasileiro e tal.

Mas numa noite ele foi, o cara favelado lá do morro da babilônia - como sempre fazia - a um bar chamado Quinze de Novembro e encheu a cara. Ele era um manguaceiro, pé de cana, bebum, seca litro, canabrava, um verdadeiro Bob Esponja eu diria.

Bebeu muito, cantou músicas do Roberto Carlos, da Alcione, do Seca Pacotinho, quero dizer Zeca Pagodinho, do Biafra, do Marquinhos Moura, da Gretchen, da Rita Cadilac, do Sidney Magal, do Luciano Pavarotti, enfim era muito eclético o pinguço!

Depois dançou pagode, dançou bolero, dançou tango, dançou axé, dançou calypso, dançou na boquinha da garrafa, dançou até o Rebolation.

Porra esse cara era meio gay! O apelido do cara era João Gostoso! Vocês apuraram se esse cara era gay? Isso é relevante, eu tenho um filho… enfim, que dança esse tipo de música e ele é macho pra caralho e só dá quando bebe. Mas bebe, bebe, bebe todo dia…

Enfim o cara - o tal de João Gostoso - era carregador de feira livre, morava no Morro da Babilônia, num barracão sem número e uma noite desceu ao bar Quinze de Novembro, bebeu, cantou, dançou e depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas.

Resultado? Morreu afogado o infeliz. Até agora ninguém sabe se foi suicídio.

Porra tá na cara que foi suicídio. Alguém ainda duvida? Essa porra desse enxuga litro bebeu pra caralho e depois deve ter ido rebolar no meio da Lagoa e morreu porra!

Espero que a polícia do RJ não vá gastar o nosso dinheiro, dinheiro dos impostos pra tentar descobrir esse caso. Porra! É óbvio esse desgraçado alcoólatra morreu afogado.

E chega, vou pra casa que essa merda já me encheu o saco.

Será que a Zelayza tá afim de tomar uma cervejinha comigo?
Por hoje é só. Vou acompanhar a história de um tal goleiro pela TV afinal não se fala de outra coisa...

Agradeço ao nosso correspondente Manoel Bandeira, que escreveu “Poema tirado de uma notícia de Jornal”, no qual me inspirei para escrever esse texto. Leiam. Leiam sempre.